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sexta-feira, 24 de maio de 2019

Música encanta crianças de escolas públicas
Atividade marcou a abertura dos Concertos Banrisul para Juventude de 2019

Crianças assistem ao concerto musical no Theatro São Pedro | Foto: Alina Souza


Quando o maestro Evandro Matté subiu ao palco, perguntou à plateia que ocupava mais da metade dos assentos quem, até então, nunca havia estado no Theatro São Pedro. A resposta foi quase unânime de que aquela estava sendo a primeira vez em um dos maiores patrimônios artísticos de Porto Alegre e do Rio Grande do Sul. O público era formado majoritariamente por crianças de escolas públicas gaúchas que, além do teatro, estavam prestes a conhecer os instrumentos da orquestra de câmara e ver como a música de concerto está mais próxima do que imaginavam.

A atividade marcou a abertura do Concertos Banrisul para Juventude de 2019, realizada nesta terça-feira. Com os músicos da Orquestra de Câmara do Theatro São Pedro no palco, o maestro tinha a missão de explicar as funções de cada família de instrumento e mostrar que, apesar de muitas vezes parecer distante, elas fazem parte da realidade das crianças.

Durante o espetáculo, Matté exemplificou da melhor forma como a música está associada às referências de todas elas. Ele pediu para que os artistas tocassem apenas as primeiras cinco notas de Hedwig's Theme, de John Williams. Em menos de três segundos, a plateia reconheceu o som e gritou: “Harry Potter”. A estratégia de utilizar o imaginário para aproximar crianças que até então não conheciam o papel de uma orquestra foi usada durante toda a atividade. Quando apresentou o contrabaixo, por exemplo, o maior e mais grave dos instrumentos da família das cordas, o tema de Pantera Cor-de-Rosa levou os pequenos ao riso e aos aplausos. Já no clarinete, um dos componentes da família das madeiras, a trilha sonora de Frozen logo foi reconhecida, e na trompa, da família dos metais, foi reproduzida a música de Star Wars.

Desde o ano passado comandando a atividade, o maestro disse que se encanta em ver a felicidade das crianças ao se aproximarem do Theatro e da orquestra. De acordo com Matté, o estudo da música ajuda a trabalhar questões como concentração e respeito, além de desenvolver o lado esquerdo do cérebro, responsável pelo raciocínio lógico. “Se tivéssemos isso como projeto de política educacional, tenho certeza que conseguiríamos transformar muita coisa”, avaliou.



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Miranda, maestro de pelúcia, ajudou na atividade 

Os artistas deram demonstrações em todos os instrumentos de cada família quase sempre utilizando trilhas de filmes e games que logo eram reconhecidas. O público reproduzia os gestos do maestro, cantava, dançava, aplaudia e se divertia com o Miranda, que dividia o palco com os músicos. Miranda é um cachorro de pelúcia que interage com o maestro durante todo o espetáculo, leva as crianças às gargalhadas em diversos momentos e auxilia na aproximação delas com a orquestra.

O boneco de luva com vara foi criado pelo ator Juliano Rossi, que há 10 anos dá vida para o Miranda no Theatro São Pedro. Durante a apresentação, ele participa com brincadeiras e trocadilhos que causam divertimento e ajudam no aprendizado. Quando o maestro explica que a técnica para tocar os instrumentos de corda com os dedos se chama pizzicato, por exemplo, Miranda logo interrompe: “Belisca o gato”.

O roteiro era inicialmente baseado em um texto de Luís Fernando Veríssimo, mas passou por adaptações ao longo dos anos, principalmente através do improviso e de achar o tempo certo das piadas junto às crianças. Uma mudança feita por Rossi foi que, na história original, o cachorro não consegue acompanhar a orquestra. No espetáculo, Miranda inicialmente faz papel de bobo tentando trocar o trompete, mas logo aprende e é aplaudido. “A ideia é mostrar que é possível aprender música.”

A diretora da escola estadual de Ensino Fundamental Augusto Severo, de Canoas, Lisiane Velho, disse que foi o quarto ano que a instituição participou da atividade. Segundo ela, os alunos foram preparadas em sala de aula pelas professoras, que falaram um pouco dos instrumentos e da história do Theatro São Pedro e seu entorno. “É maravilhoso, eles saem deslumbrados. A música traz um encanto”, comentou.

A expectativa era de que nas duas apresentações iniciais de ontem, uma pela manhã e outra à tarde, cerca de 700 alunos passassem pelo São Pedro, mas a chuva impossibilitou algumas escolas de se deslocarem até Porto Alegre. O projeto, no entanto, está com inscrições abertas para dois encontros no dia 4 de junho. Elas podem ser feitas no link .

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